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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Haddad diz que MEC vai refazer kits e distribuir pelas escolas ainda este ano

Brasília - O Ministério da Educação (MEC) vai refazer os kits de combate à homofobia, com o objetivo de serem distribuídos para turmas de escolas de ensino médio ainda este ano. Nesta semana, após pressão da bancada evangélica, a presidenta Dilma Rousseff vetou o material já criado pelo MEC. Segundo Dilma, o governo não deve fazer "propaganda" de nenhum tipo de opção sexual.
Nesta sexta-feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o MEC convocará especialistas para avaliar se há possibilidade de aproveitamento do material já produzido. Após o veto desta semana, o novo material terá que passar pela Comissão de Publicação do ministério e, em seguida, ser aprovado por Dilma.

"Faremos agora essa discussão, mas com base mais técnica chamando especialistas", disse o ministro. Ainda segundo ele, o kit, que inclui um guia de orientação ao professor e três vídeos, deverá ser distribuído em mais de 6 mil escolas onde a homofobia foi registrada.

Dilma decide suspender kit anti-homofobia

Do ponto de vista político, a decisão de Dilma teve por objetivo pacificar a bancada evangélica no Congresso Nacional para evitar uma crise política em decorrência do enriquecimento do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci. A bancada pressionava Dilma para suspender o kit. Em troca, deve dar apoio a Palocci e ao governo no Congresso Nacional.

Feito por ONG ligada ao movimento LGBT, o material contém três vídeos sobre transexualismo, bissexualismo e lesbianismo, um guia orientando os professores no combate à homofobia nas escolas e cartazes.

Já na campanha eleitoral, Dilma havia assinado um acordo com políticos ligados a movimentos religiosos em que garantia não autorizar nem a legalização do aborto nem do casamento gay, se eleita.

Ainda na quarta, o ministro Gilberto Carvalho disse que, a partir de agora, todo material oficial do governo sobre costumes será feito a partir de consulta mais ampla à sociedade. A ideia é que uma vez ao mês as bancadas religiosas se reúnam para tratar essas questões.

"É importante que um material como esse, para ser produtivo e atingir seu objetivo, seja fruto de ampla consulta na sociedade, para não gerar esse tipo de polêmica, que prejudica a causa para a qual foi destinado. Qualquer outro material, daqui para frente, editado pelo governo sobre a questão de costumes, passará pelo crivo amplo da sociedade e das bancadas interessadas" afirmou.

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